Thursday, October 30, 2008

a GM vendendo geladeiras


muito tem se falado aqui em Michigan sobre a situação pre-falimentar das montadoras de automóveis. A cidade de Detroit há muito já foi pro buraco mas mas três grandes (Ford Chrysler e GM) ainda são extremamente influentes e importantes por aqui. Esta semana a conversa era sobre a necessidade do governo americano ajudar a GM a comprar a Chrysler para evitar a falência das duas!!

ao mesmo tempo, no vôo para Illinois semana passada eu folheava a revista de bordo da cia aérea que mostrava os “lançamentos de Detroit para recuperar o mercado”. Entre as atrações se destacava uma câmera instalada no para-choque traseiro para evitar passar por cima das bicicletas na garagem e uma geladeira embutida entre os bancos dianteiro e traseiro.

enquanto Honda, VW, Subuaru e Toyota desenvolvem carros melhores, mais seguros, mais econômicos e mais bonitos, GM, Chrysler e Ford colocam geladeira e câmeras pra ver se ainda enganam por mais algum tempo. Pois é justamente enganação que eles andam vendendo.

nos anos 90, resolveram acabar com os modelos perua ou “station wagon” que sempre foram o tipico carro de familia, para construir carros com o dobro do peso (e consequentemente o dobro do consumo) chamados de mini-van ou SUV. E na promessa de que gasolina ia ser barata pra sempre eles venderam milhões desses monstrengos enquanto tiravam de linha os similares da velha Belina e da confortavel Caravan.

pois mesmo no Brasil onde os carros são menores e mais econômicos você só acha uma boa perua na VW Parati ou na Fiat Palio Weekend.

sacou a jogada das “big three”? Obrigar as famílias a comprar o dobro de lata pelo dobro do preço e ter o dobro do lucro.

pois acontece que com gasolina perto de U$ 4.00 ninguem quer SUV nem de graça. Essa semana o preço da gasolina voltou pra 2,90 mas porque o crédito está congelado. Quandoa situação se normalizar a expectativa é que o preço fique em torno de 3,50.

enquanto isso, surprise surprise, Honda, Subaru, Toyota e VW estão abocanhando o mercado que agora percebeu que não precisa de tanta lata, nem de geladeira, nem de câmera no para-choque.

como os republicanos estão descobrindo, não dá para enganar todo mundo o tempo todo.

Sunday, October 26, 2008

digital fabrication feita à mão.


acabei de voltar de Urbana-Champaign, onde fica a universidade de Illinois. Chegando lá eu juro que achei, pela minha posição atrás da asa, que o avião estava descendo no milharal.

é que bem no meio do milharal existem duas cidades gêmeas, Champaign e Urbana, sede de uma excelente universidade com quase 40.000 alunos. A escola de arquitetura que sediou esta conferência sobre digital fabrication tem sozinha mais de 800 alunos, sendo 200 no mestrado.

sobre a conferência em si muita conversa e pouca coisa nova, gente usando CNC Router e Laser Cutter para todo tipo de experimentação.
o melhor (tirando as conversas de corredor), foi a palestra de Bill Massie. Massie coordena o programa de mestrado em Cranbrook, a famosa escola de Arts & Crafts fundada por Eliel Saarinen nos anos 20.

num outro post prometo escrever sobre Cranbrook e seus programas não-certificados de mestrado.
o que eu quero escrever hoje é sobre esta linda e paradoxal casa que Massie construiu com 3 alunos dentro do seu estúdio e pôs em exposição pública no gramado da escola. A casa foi toda construída com materiais comprados no Lowes ou Home Depot (as telha nortes daqui).

e o que a casa tem de mais lindo tem também de mais contraditório. A curva do telhado e a oval do banheiro foram cortados a lazer e deveriam celebrar o potencial das ferramentas digitais. Mas enquanto Massie mostrava centenas de fotos da casa sendo construída dentro do estúdio eu não pude deixar de reparar que tudo foi montado à mão, lixado à mão, emassado à mão, pintado à mão.


me lembrei das maçanetas de Warchavchik, fundidas uma a uma a partir de um molde para serem idênticas ao original que era um pedaço de tubo dobrado à máquina.

Thursday, October 23, 2008

Foster volta a New York




a New York Public Library (foto acima) anunciou hoje que Baron Norman Foster (sim, ele tem o título de barão) foi o escolhido para a reforma e ampliação do famoso edifício da 5ª. Avenida construído em 1911.

a discussão que se seguirá promete porque o prédio em questão carrega um forte significado simbólico para NYC e Foster como todo bom arquiteto que se preza vai intervir na estrutura quase centenária para adaptá-la ao século 21, alterando com certeza sua imagem.

uma estrutura de vidro como a do Reichtag ou da prefeitura de Londres é o esperado mas eu gostaria de ver Foster incidindo mais no edifício em questão como Renzo Piano fez com elegância na Morgan library.

digo isso porque acho que depois de toda a destruição promovida pela arquitetura moderna nós vivemos agora um zelo exagerado que faz de qualquer casinha velha um “patrimônio”. É certo que os entusiastas do modernismo (entre os quais me incluo) normalmente esquecem do tando que se demoliu para que nossos lindos modernos pudessem ser erguidos.

e desde que a discussão seja em cima de parâmetros arquitetônicos o debate é muito bem vindo e saudável. Ou alguem imagina o que seria da arquitetura moderna brasileira se o conselho municipal do patrimônio existisse em 1939 e barrasse a construção daquele hotel em Ouro Preto, projeto de um jovem arquiteto de 30 e poucos anos chamado Oscar Niemeyer.

Monday, October 20, 2008

O’Gorman brothers



quando eu dou aula sobre arquiteturas contemporâneas ao sul de do trópico de câncer ou sobre modernismos periféricos, sempre uso um texto de Edward Said na introdução. Em “Orientalism” seu livro clássico, Said explica que a idéia de “oriente” foi inventada pelos europeus para definirem a sí mesmos como ocidentais ou “não-orientais”. Assim Said problematiza toda a construção da oposição oriente-ocidente a partir da origem fictícia do binômio.

bom, eu poderia escrever páginas aqui sobre Said e o orientalismo mas não é sobre isso o post de hoje. Lendo sobre os congressos panamericanos de arquitetura (um livro editado por Ramon Gutierrez em Buenos Aires) descobri a figura de Edmundo O’Gorman, historiador mexicano que escreveu “
Invención de América” em 1958 e influenciou gerações com a idéia de que a américa não foi nunca descoberta e sim inventada, construída.

corri na biblioteca, achei uma tradução de 1962 e adorei o texto de O’Gorman. Basicamente, o mexicano analisa todos os documentos de Colombo, Cabral, Vespucio e cia para montar seu argumento sobre a construção da américa.

em um mundo que se pensava estático e finito, perfeito e inalterável, o novo continente foi por muito tempo chamado de “orbis alterius” em oposição ao “orbis terrarum” que era formado pelos continentes contíguos que hoje chamamos Europa, Ásia e Africa.

me pareceu genial, a américa é desde sempre a “alteridade” que desloca o pensamento eurocentrico. No último parágrafo do livro O’Gorman resume tudo ao dizer que “o processo de invenção do corpo e da geografia da américa forçou o abandono de conceitos insulares e arcaicos de um mundo centrado apenas na história européia.

eu não sabia e nunca ouvi ninguem falar sobre isso mas O’Gorman escreveu mais ou menos a mesma coisa que Said só que 20 anos antes e merece o crédito por tê-lo feito.

e para nós arquitetos cabe ainda revelar que Edmundo era irmão de Juan O’Gorman, arquiteto da vanguarda mexicana que projetou os ateliers de Diego e Frida e a biblioteca da UNAM, antes de abandonar a arquitetura para se dedicar somente a pintura porque a primeira seria “demasiadamente burguesa”.
salve O'Gormans

Thursday, October 16, 2008

Rybczynski on Piano





vale a pena seguir os textos que Witold Rybczynski tem publicado na Slate,

Rybczynski na minha opinião é o melhor critico de arquitetura em atividade (empatado com Luis Fernandez Galiano)

este sobre o novo museu de Renzo Piano em Los Angeles tem tudo que eu gosto numa crítica de arquitetura: é bem ilustrado, bem argumentado (ver a observação sobre os elevadores) e no final depois de checar todos os problemas do edifício (quem nunca construiu que atire a primeira pedra) Rybczynski conclui que a modéstia (ou falta de pretensão nas palavras do autor) é uma das qualidades deste prédio. Gostei e pra dizer a verdade adoraria ver mais prédios modestos com esta qualidade.

semana que vem ele vai escrever sobre o edifício da academia de ciências da California, em San Francisco, já apelidado de “green museum”.

Tuesday, October 14, 2008

it’s the economy again, stupid


o gráfico acima foi publicado hoje pelo New York Times. Paul Krugman, meu colunista preferido e agora prêmio Nobel, já havia escrito várias vezes que questões ideológicas estavam interferindo na capacidade de resposta do governo norte-americano.

o embrólio das últimas semanas trouxe o foco da discussão para a economia e por incrível que pareça o desempenho dos conservadores neste quesito é pífio. Mas não seriam eles os defensores do livre mercado e do capitalismo?

acontece que há muito tempo a direita americana deixou de defender seus valores tradicionais de livre mercado (o governo Bush criou o maior déficit da história) e passou a usar a chamada “guerra cultural” como ferramenta eleitoral.

o voto da direita deixou de ser um voto a favor do mercado e da não intervenção governamental e passou a ser um voto anti-aborto, anti-gay e anti-cultura.


acontece que ser contra o aborto e contra o casamento gay não pôe comida na mesa de ninguém, muito ao contrário, empurra os eleitores para um nível de cegueira ideológica e ignorância jamais vistos. O sucesso desta estratégia desenhada por Karl Rove entre 1996 e 2004 fez os republicanos acreditarem que teriam uma maioria eterna. Basta manter a base com pouca informação (Fox News faz esta parte direitinho) e continuar pondo a culpa na elite educada e cosmopolita das costas Leste e Oeste que na verdade se beneficiou bastante das políticas da era Bush. Os mais ricos nunca concentraram tanta riqueza desde 1929.

só que o endividamento um dia bate `a porta para cobrar. Os trabalhadores que já vinham ganhando pouco vis-a-vis o aumento de produtividade começaram a ver muita gente perdendo suas casas, o valor do bairro inteiro despencando, gasolina custando o dobro e agora os fundos de pensão valendo mais ou menos 60% do que valiam 365 dias atrás.

não há ideologia que resista a perder o emprego, a casa e a aposentadoria privada.

como no Brasil, não há ideologia que resista a crescimento econômico com melhor distribuição de renda e conseqüente indicativo de diminuição da violência.

mas cadê a imprensa brasileira pra mostrar estes gráficos (o americano e o brasileiro) com a veemência do New York Times?

Saturday, October 11, 2008

meu jogo do ano


o ano do centenário vinha sendo de muitas frustrações, nenhum título e algumas derrotas dignas de serem enterradas.

mas hoje, diante do Flamengo e de mais de 80 mil pessoas, o time jogou como merece sua torcida encantada. Baixou o espírito dos grandes: Juninho encarnou Kafunga, Renan foi classudo e oportunista como Mário de Castro e até mestre Telê baixou no banco pra ajudar Marcelo a montar um time que ocupou cada metro quadrado de grama disponível.

e o Galo deu um baile como há muito eu não via. Aliás, pela primeira vez o justin.tv funcionou perfeitamente. Quer dizer, nada é perfeito quando se tem que aguentar comentaristas do Sport TV torcendo descaradamente. Mas isso só me incomodou até o segundo gol, daí pra diante foi só festa.

também vale lembrar que um jogo é muito pouco para tanta paixão.

mas foi em cima do Flamengo, com o Maracanã lotado e tirando deles qualquer chance de competir com Grêmio e Palmeiras pelo título.

aí, dadas as condições, é muito.

Friday, October 10, 2008




no inicio desta semana uma colega aqui em Michigan comentou que escrever um livro era parecido com ter um filho. Por delicadeza eu concordei na hora mas pensando melhor, publicar um livro não é nada parecido com o nascimento das minhas filhas. Fora a deselegância (quase uma ofensa a meu ver) de comparar um ser humano com um objeto, só quem tem filhos entende que o amor que se sente por um pequeno ser com metade dos seus gens é infinitamente maior e absolutamente incomparável.


mas mesmo que fosse uma questão de escala, não conheço ninguem, por mais egocêntrico que seja, que consiga estar apaixonado por um livro de sua autoria quando da sua publicação. Deixa eu ver se consigo explicar melhor: o processo de escrita, revisão, submissão à editora, revisão baseada nos comentários do editor, re-submissão, revisão baseada nos comentários dos pareceristas externos, re-submissão, aprovação final pelo conselho editorial, formatação das ilustrações, obtenção de direitos autorais para as ilustrações, revisão gramatical, re-submissão final e correção das provas é tão exaustivo que no final tudo que a gente sente é um alívio enorme de ter conseguido sobreviver ao processo.


é mais ou menos assim que eu me sinto com a publicação do meu primeiro livro em inglês este mês.


o texto que explica do que se trata o livro está disponível desde ontem no Vitruvius e preferi não repetí-lo aqui.


o livro já está a venda nas grandes redes norte-americanas como a Amazon e com um bom desconto na Barnes & Noble.


ou se alguem preferir me pagar no Brasil por favor mande um e-mail para
fernandoluizlara@gmail.com que eu posso comprar aqui e enviar pelo correio.

mas como eu sou muito cabeça dura ontem mesmo enviei para uma editora a proposta do próximo livro. Assim que for aceita eu conto aqui no parede do que se trata.

Tuesday, October 7, 2008

e o mercado não acredita mais no Mercado


por aqui não se fala em outra coisa. Com o índice Dow Jones 30% abaixo do nível de 6 meses atrás, a turbulência do sistema financeiro internacional bate a porta de todo mundo. São investimentos da universidade que estão adiados, a previdência privada de todo mundo que vale um terço a menos, a impossibilidade de se vender ou comprar um imóvel, e pior, nenhuma solução a vista.

mas vamos ver se conseguimos entender o problema. Para evitar uma recessão em 2000/2001 Alan Greenspan injetou trilhões na economia na forma de credito fácil pra todo mundo mas principalmente para grandes bancos de investimento. Esses créditos chegaram a grande maioria dos norte-americanos na forma de empréstimos para compra de carros, imóveis, roupas e etc. No caso dos imóveis, emprestou-se a juros flexíveis para famílias que não teriam renda para comprar uma casa com um financiamento tradicional. O tal sub-prime se refere ao individuo que não inspira segurança ou seja, cuja renda não comporta um empréstimo do tamanho X.

acontece que a maioria destes sub-prime mortgages foram feitos na forma de ARM ou adjustable rate mortgage. Funciona mais ou menos assim, você paga um juro artificialmente baixo nos primeiros 3 anos depois sua taxa flutua de acordo com o mercado. Isso permitiu que milhões de famílias que não poderiam comprar uma casa em San Francisco ou em New York com um financiamento tradicional pudessem fazê-lo, mas permitiu também que outros milhões comprassem uma casa muito maior do que podiam ou pior ainda, re-financiassem suas casas já pagas para “investir” o dinheiro em consumo. Os norte-americanos que já vinham se afundando em dívidas tinham de repente muita facilidade em contrair mais dívida.

nesse meio tempo, a Washington de Bush e Cheney ignorava escandalosamente o chamado “consenso de Washignton” e produzia déficit atrás de déficit desde 2001.

em 2007 a bolha do sub-prime mortgage estourou, o numero de famílias atrasando pagamentos e perdendo suas casas chegava as centenas de milhares por mês. Com isso o mercado imobiliário inteiro perdeu 10 a 15% do valor piorando a situação: quem pagava x com os juros artificialmente baixos tinha agora uma prestação de 2x ou 3x com sua casa valendo menos que a dívida.

calma que fica pior, como esses financiamentos foram agrupados em pacotes e revendidos a centenas de bancos, o sistema financeiro inteiro ganhou muito dinheiro entre 2001 e 2006 e agora é dono desses créditos “tóxicos” como dizem por aqui.

o governo norte-americano tem injetado trilhões (emprestados) desde que a crise se agravou no primeiro semestre de 2008 mas nada tem adiantado porque basicamente o mercado não sabe qual o tamanho do buraco. Nas palavras de um economista que eu escutei na NPR ontem, se ninguém quer comprar algo este algo não tem valor, são os tais créditos podres. Ninguém consegue estimar o quanto vale (ou não vale) estes créditos podres que os bancos, os fundos de investimento e os fundos de pensão (ou seja nós todos) tem nas mãos. Sem saber quanto vale o patrimônio ou qual o tamanho do buraco do outro, os bancos pararam de emprestar uns pros outros. Por conseqüência, pararam de emprestar também para empresas grandes e pequenas, da General Motors ao supermercado da esquina.

basicamente, ninguém confia em ninguém, a mão invisível do mercado travou.

Thomas Friedman e Paul Krugman (um de direita e outro de esquerda) do New York Times já vinham falando a muito tempo que os norte-americanos estavam enriquecendo vendendo casas uns aos outros com o dinheiro emprestado.

uma aposta de mais ou menos 1 trilhão de dólares que agora está sendo cobrada na conta de todo mundo.

Friday, October 3, 2008

redução ao absurdo ou o fim da arquitetura?

Hoje recebi um e-mail do grupo Doors of Perception com a uma provocação feita pelo fundador do grupo John Thackara. Como a discussão está pegando fogo aqui no parede e tanto o Alencastro quanto o Alberto andam propondo demoliçoes aí vai a minha contribuição:

"What would architects design, if they did not design buildings? My question isnot a rhetorical one. The inputs and outputs of industrial society are wildly outof balance - and that includes its buildings and infrastructure. We have reachedthe end of a brief era in which we could burn cheap fossil fuel, and despoilecosystems, mindless of the consequences. We need to re-imagine the built worldnot as a landscape of frozen objects, but as a complex of interacting ecologies:energy, water, mobility, food. Our life-sustaining ecologies, especially, needto be nurtured, not swept away, built over, or diverted. The need for newbuildings will be rare. Sometimes the design choice will be to do nothing".

tradução minha:

“O que os arquitetos projetariam, se não projetarem mais edifícios?” Minha pergunta não é retorica. As ofertas e demandas da sociedade industrial estão descontroladamente desequilibradas - e isso inclui edifícios e infrastructura urbana. Nós chegamos ao fim de uma era em que podíamos queimar combustível fossil barato, e transformar ecosistemas sem pensar nas conseqüências. Precisamos agora re-imaginar o mundo construído não como uma paisagem de objetos congelados, mas como um complexo de ecologias de interação: energia, água, mobilidade, alimento. Os ecosistemas que sustentam a vida no planeta, em especial, precisam ser cuidados, não destruídos, construídos por cima, ou ser desviados. A demanda por edifícios novos será rara. Às vezes a escolha do projeto será não construir nada”.

ok, eu sei que a proposta de Thackara é radical e implica implodir a prática da arquitetura tal como a conhecemos, mas não deveríamos estar explorando isso pelo menos nas escolas? Não deveríamos nos preparar para todos os worse-case-scenario assim como engenheiros preparam teóricamente as estruturas para um terremoto e médicos preparam teóricamente o sistema de saúde pública para uma pandemia?